terça-feira, 14 de dezembro de 2010

CHUVA DE METEOROS


Os moradores de Macaúbas poderão ver nessa semana uma grande chuva de meteoros, os chamados Geminídeos. É um fenômeno que ocorre em escala global e que vai do dia 13/12 a 16/12 com intesidade maior na madrugada da terça e que pode ser visto a olho nu. Como a melhor visão da chuva é dada longe das iluminações artificiais, Macaúbas é uma exelente cidade para observar o fenômeno.O anúncio da chuva de meteoros foi feito pela Nasa, agência espacial americana.

Fonte: Yahoo notícias

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

II MOSTRA NACIONAL DE ECONOMIA SOLIDÁRIA EM SALVADOR



De 08 a 12 de dezembro, a Praça Wilson Lins (Pituba), será palco do maior encontro do movimento de economia solidária do país. Empreendimentos econômicos solidários de todos os estados brasileiros apresentarão seus produtos e serviços para o público. A entrada é franca.
Programação Cultural
Dia 08/12/2010 – (Quarta – Feira) 18h – Grupo Zambiapunga
Dia 09/12/2010 – (Quinta – Feira) 17h –Banda de Percussão Amigos do Planeta 18h - Adoro ser Criança (à confirmar) 19h – Victor Hugo – Hip Hop
Dia 10/12/2010 – (Sexta – Feira) 17h – Balé de Oyá – Dança Afro 18h – Coral da Conder (a confirmar) 19h – Grupo Mandiba – Pop e Reggae
Dia 11/12/2010 – (Sábado) 17h – Apresentação de Capoeira Grupo Engenho 18h – Cultural arte Jovens (a confirmar) 19h – Samba Viola do Oito de São Gonçalo
Dia 12/12/2010 – (Domingo) 17h - Holly Bible 19h – DJ Zimba Selector


A II Mostra Nacional de Economia Solidária reunirá mais de 400 expositores do Brasil, todos empreendimentos que têm como base o princípio de produção e comercialização da economia solidária. São os mais variados produtos e serviços, desde artesanato a pontos de cultura, além de alimentos, fitoterápicos, bijouterias, confecção e linhas de crédito, entre outros.
A Cooperativa de Coleta Seletiva, Processamento de Plástico e Proteção Ambiental (Camapet) é um bom exemplo de empreendimento econômico solidário. Com sede em Salvador, a cooperativa apresentará na feira seu trabalho artesanal de transformar garrafas pet em pulseiras, colares, brincos, chaveiros e até pufs. Como a Camapet, exemplos de projetos bem sucedidos e superação, que praticam a produção e a comercialização justa, solidária e sustentável poderão ser vistos no evento.
Em paralelo à II Mostra Nacional, acontece a VI Feira Baiana de Economia Solidária e Agricultura Familiar, reunindo cerca de 130 empreendimentos da Bahia, e o I Seminário Regional de Comercialização Solidária. Os três eventos buscam contribuir para a visibilidade e fortalecimento da Economia Solidária no Brasil, respeitando as diversidades regionais, mas proporcionando a integração e sinergia dos atores junto às diversas manifestações que ocorrerão nos quatro dias de Mostra. Durante o dia, serão realizadas atividades formativas, como oficinas, debates e conferências. A partir das 16 horas, começa a feira de comercialização dos produtos e as apresentações culturais (veja programação anexa).

OBS: A praça onde será realizado o evento fica perto da praça Nossa Senhora da Luz- Pituba!! 


terça-feira, 23 de novembro de 2010

Radiação nuclear. Caetité pede atenção. Entrevista especial com Zoraide Vilas Boas

Localizada a 750 quilômetros de Salvador (BA), Caetité vive as consequências da exploração de uma mina de urânio na cidade que tem rendido problemas como o aumento do custo de vida e, ainda, contaminação da água da qual 46 mil pessoas utilizam diariamente. "Entre os problemas principais estão o aumento da incidência de câncer, o potencial de drenagem ácida no sítio da mina e a preocupação com o futuro, pela convivência com uma indústria que já rendeu para Caetité o estigma de região radioativa e futuro depósito de lixo atômico, afugentado turistas e estudantes", explica Zoraide Vilas Boas, presidente da Associação Movimento Paulo Jackson, em entrevista concedida à IHU On-Line por e-mail.

Zoraide nos conta sobre os incidentes que já ocorreram na mina, como estes são apresentados à comunidade e que tipo de problemas a médio e longo prazos a convivência com a mina estão trazendo para toda a população da cidade. "A população passou a temer mais os efeitos da mineração na saúde, a partir de 2005, quando as Indústrias Nucleares do Brasil - INB admitiram que não faziam o monitoramento da saúde dos trabalhadores e dos moradores do entorno da mina, descumprindo a condicionante do licenciamento ambiental", conta ela.

Confira a entrevista.

IHU On-Line – Qual a situação da mina de urânio localizado na cidade de Caetité (BA)?


Zoraide Vilas Boas – Não saberia dizer, com precisão, a situação da mina, porque a marca registrada do setor nuclear – de falta de transparência, de diálogo, de informação – não é diferente na Bahia, onde as Indústrias Nucleares do Brasil (INB) exploram urânio há mais de dez anos. Subordinada ao Ministério da Ciência e Tecnologia, a INB é uma sociedade de economia mista que atua com produtos e serviços relacionados ao ciclo do combustível nuclear. É controlada pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), proprietária e, ao mesmo tempo, fiscal das principais instalações nucleares e radioativas do país. Assim, os poderes públicos, a imprensa, a sociedade não têm livre acesso ao que se passa na Unidade de Concentrado de Urânio (URA), que fica em Caetité, no sudoeste baiano.

O que sabemos é que a URA não consegue se enquadrar nas normas de radioproteção e segurança, nacionais e internacionais; que foi acusada de imperícia e negligência pela própria CNEN, que já parou sua produção inúmeras vezes para consertar erros do projeto de engenharia e que acumula várias queixas trabalhistas na Justiça, sendo réu em duas Ações Civis Públicas, propostas pelos Ministérios Públicos Estadual (MPE) e Federal (MPF), em 2009. Só em 2010 a empresa barrou duas visitas às suas instalações: uma da deputada do PV alemão, Ute Koczy, porta-voz do partido para assuntos relacionados à política de desenvolvimento. Em agosto, ela veio conhecer detalhes e efeitos socioambientais do Programa Nuclear Brasileiro e das representantes da Relatoria do Direito Humano ao Meio Ambiente, da Plataforma Dhesca Brasil (Direitos Econômicos, Sociais, Culturais e Ambientais). E também barraram a visita da socióloga Marijane Lisboa, professora da USP, e da antropóloga Cecilia Mello, que tentaram conhecer a mineração, em julho passado.

A mina fica no distrito de Maniaçu, sertão da Bahia, entre os municípios de Lagoa Real e Caetité, a 750 quilômetros de Salvador, capital do estado. Caetité tem mais de 46 mil habitantes, sendo 40% na zona rural. Lagoa Real tem cerca de 14 mil, com 80% na zona rural. Ali, o urânio é extraído do minério, purificado e concentrado em forma de sal amarelo, que vai para o Canadá, onde é convertido em gás, seguindo para enriquecimento em países europeus e volta à Fábrica de Rezende (RJ), onde se conclui a geração do combustível para as usinas Angra I e II (RJ).

Apesar da tentativa de impor que o setor nuclear seja estratégico, de segurança nacional, o que justificaria sigilo total sobre suas atividades, os movimentos e entidades sociais e populares têm conseguido reagir contra a manipulação da informação pelo setor, a omissão dos poderes públicos fiscalizadores e a falta de controle social sobre a URA. Hoje, por exemplo, embora não se tenha conhecimento de comunicado oficial aos órgãos públicos, ou à sociedade, sabemos que a produção está parada desde julho passado.

Sindicalistas revelaram que isto aconteceu pela “inoperância e incompetência” dos gestores, responsáveis por “uma série de barbeiragens administrativas, onde o que se viu foi uma completa falta de entendimento entre a CNEN e a INB. Ninguém cobrava de ninguém a responsabilidade e a situação se agravou ao ponto de gerar um prejuízo imenso aos cofres públicos”. Falaram ainda que isto é parte de um plano “ardiloso e vil” para privatizar a empresa, mas não informaram os motivos da paralisação. Segundo comentários extraoficiais, um vazamento de solvente químico (ácido sulfúrico e outros) para o solo, de proporção ainda desconhecida, levou a paralisação para reconstruir a unidade de estocagem e regeneração de solventes, que era tecnicamente inadequada para o serviço. As comunidades estão preocupadas, pois há cerca de dois anos fotografaram, perto da área industrial, um minadouro estranho, de uma água barrenta e espumosa, fato até hoje não investigado, ao que se sabe. Fala-se também que as bacias de armazenagem dos rejeitos atômicos estão abarrotadas e a manta que fica no pátio de lixiviação, onde o minério é submetido à solução de ácido sulfúrico para a retirada do urânio, estaria furada, provocando contínuos vazamentos.

IHU On-Line – E quais foram os principais problemas que essa mina trouxe para a população?

Zoraide Vilas Boas – Inicialmente, Caetité sentiu os efeitos sobre a economia, com a subida de preços de bens de consumo, uso e serviços, de imóveis e aluguel, quando o custo de vida praticamente quadruplicou. Na sequência da degradação psicossocial e ambiental, vieram o medo, a incerteza pela convivência com uma atividade de alto risco para os trabalhadores, a população e o meio ambiente.

Entre os problemas principais estão a escassez e a contaminação da água, o aumento da incidência de câncer, o potencial de drenagem ácida no sítio da mina e a preocupação com o futuro, pela convivência com uma indústria que já rendeu para Caetité o estigma de região radioativa e futuro depósito de lixo atômico, afugentado turistas e estudantes. O comércio se queixa de prejuízos decorrentes do preconceito contra a mineração atômica, mas quem mais sofre são as comunidades que vivem num raio de 20 quilômetros, definido como área de influência da URA, perto de mil famílias de baixa escolaridade, lavradores, pequenos proprietários rurais, que são as mais desassistidas pelo Estado. Mas também comunidades rurais dos municípios de Lagoa Real e Livramento são afetadas pelos malefícios da mina.

A questão do saneamento ambiental em Maniaçu é gravíssima. Não existe água para consumo básico, nem para comer. Além de comunidades rurais estarem consumindo água contaminada, o aquífero está rebaixando e os poços estão ressecando rapidamente. Estes problemas já eram previstos no Estudo de Impacto Ambiental (EIA-Rima), que indicou agravos à saúde da população, alteração da qualidade do ar, poluição radioativa e contaminação das águas subterrâneas, do solo e da vegetação. A região tem sofrido com a violação de direitos humanos, como o direito à segurança no meio ambiente do trabalho, à saúde, à informação.

Lavradores foram induzidos a autorizar o uso gratuito, por tempo indeterminado, das águas subterrâneas de suas propriedades, passando para a URA o controle da água, oriunda de poços artesianos. Dezenas de poços foram abertos e, em 2007, uma seca prolongada castigou mais de cem famílias rurais, que perderam lavouras e ficaram dependentes de água fornecida pela INB. Hoje temem o impacto da liberação de radônio na atmosfera e da poeira gerada pelas explosões atômicas e têm seus produtos agropecuários recusados em feiras livres. São as maiores vítimas do descaso, da omissão, da negligência dos poderes públicos locais, estaduais e federais.

IHU On-Line – Que tipo de incidentes já ocorreram na mina?

Zoraide Vilas Boas – Em dez anos de funcionamento, há registro de mais de 12 eventos, entre acidentes e incidentes nas instalações, no processo produtivo ou com operários, todos classificados pela empresa como rotina operacional, independente da sua dimensão. Muitos desses problemas, que envolvem também o transporte do urânio até o porto de Salvador, estão detalhados no Relatório sobre Fiscalização e Segurança Nuclear, da Câmara dos Deputados, que mostra os riscos de acidentes nucleares e radiológicos no Brasil devido à fragilidade da fiscalização e à falta de estrutura do sistema de radioproteção – o Sipron. O relatório denuncia a omissão e a conivência do Ibama, para com a mineração em Caetité, que é de alto risco para a população e o meio ambiente.

O primeiro e grave acidente ocorreu em abril de 2000, poucos meses após o início oficial da operação, com o rompimento das mantas de isolamento das piscinas, que liberou para o solo cerca de 67 quilos do concentrado de urânio. A INB e a CNEN tentaram esconder o fato a todo custo, chegando a sustentar uma versão de sabotagem. Só três anos depois admitiram o evento, afirmando que os danos foram insignificantes. Em 2004, a bacia de retenção de particulados da cava da mina transbordou sete vezes, liberando líquido, com concentração de urânio-238, tório-232 e rádio-226 para o solo. Os fiscais da CNEN recomendaram a suspensão da mineração, pelo risco de desabamento e contaminação do lençol freático, e a não renovação da Autorização de Operação. Mas a CNEN ignorou o parecer dos seus fiscais.

Em junho de 2008, ocorreu novo transbordamento de licor de urânio, só confirmado três meses depois pelo Ibama. No ano passado, mesmo sem autorização do Ibama, e sem licença de ampliação da planta para fazer extração subterrânea, a INB anunciou a conclusão de um túnel de 500 metros na rocha para começar a mineração subterrânea. De outubro a dezembro de 2009 ocorreram pelo menos mais dois vazamentos, numa freqüência de eventos que aumenta a desconfiança sobre as competências científica e técnica da empresa para lidar com a atividade atômica.

IHU On-Line – Quais são as principais reivindicações de quem vive na cidade?

Zoraide Vilas Boas – As populações da região reivindicam uma urgente auditoria no complexo INB, por um grupo técnico multidisciplinar, independente, com representantes da comunidade, e acompanhamento dos Ministérios Públicos Federal e Estadual; a implantação de um sistema de vigilância epidemiológica, toxicológica, para identificação de doenças decorrentes de radiações ionizantes e a instalação, no SUS, de um núcleo para a prevenção e tratamento de doenças ocupacionais. Reivindicam uma investigação socioambiental e epidemiológica, independente e transparente, sobre os riscos de contaminação humana e do meio ambiente por urânio e outros elementos químicos associados à exploração desse minério.

Desde 2008, com o agravamento dos conflitos pelo uso da água, escassa no semiárido e consumida em larga escala pela INB, as comunidades reivindicam a aplicação da Lei de Recursos Hídricos, segundo a qual, em situação de carência, a prioridade do consumo é para o abastecimento humano e animal. A partir de 2009 lutam pelo cumprimento da liminar concedida pelo juiz de direito de Caetité, em Ação Civil Pública proposta pelo MPE, que determina ao governo do estado, INB, prefeituras de Caetité e Lagoa Real a adoção de providências urgentes para garantir a segurança alimentar e de saúde das populações da região, ainda não cumpridas integralmente pelos réus.

Reivindicam também a imediata suspensão das atividades da INB, até ser garantida a proteção dos trabalhadores e da população, como foi requerido pelo PPF, em Ação Civil Pública. O MPF propôs ainda que a União e a CNEN custeiem a realização da auditoria independente, solicitada pela sociedade desde o acidente de 2000, e que o IBAMA suspenda a licença ambiental existente e não conceda outras até serem sanadas todas as irregularidades atribuídas à mineração, em especial a separação entre as funções hoje acumuladas pela CNEN, de órgão regulador e fiscalizador de si mesmo.

IHU On-Line – Que tipo de resíduos e lixo essa usina de Caetité produz?

Zoraide Vilas Boas – Para nós, o resíduos líquidos, sólidos, gasosos (este de dispersão incontrolável), “bota-fora”, rejeitos, estéril fazem parte de uma só, desafiante e perigosa incógnita, não solucionada por nenhum pais do mundo: o lixo atômico, gerado em atividades minero-radioativas, cujos efeitos duram pelo menos 50 mil anos, e que se avoluma no mundo, como uma ameaça para o futuro da humanidade.

O urânio sai da Bahia para alimentar as usinas de Angra dos Reis, deixando em Caetité os custos do uso dessa tecnologia, cara e perigosa. O lixo é produzido em grande quantidade, devido à baixa concentração do urânio, mas não se sabe quantas toneladas de rejeitos sólidos já existem. Segundo a INB, a produção de uma só tonelada de urânio está resultando em três toneladas de estéril. O lixo fica estocado em tonéis, abertos, corroídos, expostos a chuvas fortes, contribuindo para a contaminação do solo e das águas superficiais e subterrâneas e estaria sendo enterrado na URA. O futuro do lixo atômico em Caetité é uma grande interrogação e preocupação. Ao que tudo indica, pela omissão da prefeitura municipal e pela improvisação que predomina no setor, será deixado de herança para o município administrar quando a reserva do minério acabar.

IHU On-Line – O meio ambiente de Caetité mudou muito em função da usina de urânio?

Zoraide Vilas Boas – Certamente que o meio ambiente na região mudou muito e para pior. Os malefícios não foram ainda devidamente quantificados porque o setor nuclear, além de conseguir que a INB funcionasse desrespeitando os Princípios da Precaução e Prevenção, exigidos pela legislação ambiental, e as convenções internacionais de segurança nuclear, assistiu os poderes públicos estaduais, federais e municipais atravessarem mais de uma década sem fazer uma avaliação da qualidade do ar, da saúde dos trabalhadores e da população, dos produtos agropecuários, do solo. Só a água passou a ser monitorada, mesmo assim de forma irregular, pelo órgão gestor de águas do estado, o Inga.

Depois da primeira análise da qualidade da água no entorno da mineradora, que confirmou a contaminação de três poços ao redor da mina, denunciada, no final de 2008, pelo Greenpeace, o Inga fez mais três coletas, confirmando teor de radiação acima dos índices permitidos pela OMS, Conama e portaria de potabilidade da água do Ministério da Saúde. Por isto, determinou a interdição de 11 pontos, nove usados para consumo humano e animal e dois de uso industrial pela INB. Mas as comunidades seguem consumindo a água contaminada, pois o fornecimento de água potável pela estado, prefeituras e INB, determinado pela Justiça, não é suficiente para atender as necessidades das famílias afetadas.

IHU On-Line – Existe uma estimativa sobre a quantidade de casos de câncer que vem aparecendo na região de Caetité depois da exploração do urânio?

Zoraide Vilas Boas – Como falamos em relação à agricultura, ao saneamento ambiental, na assistência médico-social é o mesmo descaso. Não existe um acompanhamento transparente e permanente por parte dos poderes públicos competentes, nem pela INB, que possa revelar, com precisão, a evolução da saúde humana na região.

A população passou a temer mais os efeitos da mineração na saúde, a partir de 2005, quando a INB admitiu que não fazia o monitoramento da saúde dos trabalhadores e dos moradores do entorno da mina, descumprindo a condicionante do licenciamento ambiental. A assistência à saúde sempre foi precária na região, que não dispõe de um centro de diagnóstico de câncer, decorrente de exposição a radiações ionizantes, e novos casos são registrados, inclusive entre os trabalhadores.

Observações pessoais revelam um crescente índice de câncer e depoimentos de ex-empregados relatam contaminação por contato direto com o urânio. Em diversas inspeções na URA, o Centro de Saúde do Trabalhador da Secretaria Estadual de Saúde (SESAB) registrou irregularidades na avaliação de segurança e medicina do trabalho. Segundo a SESAB, as neoplasias apresentam tendência crescente entre os grupos causadores de morte, sendo a segunda causa de óbitos na região, desde 1999, período do início da exploração. O alto índice de causas de morte não identificadas, mais de 40%, dificultam uma estatística mais próxima da realidade, enquanto a INB, claro, nega qualquer nexo entre o crescente índice de câncer e sua atividade.

Sabemos que a mineração eleva o potencial de exposição à radiação, especialmente dos trabalhadores e das comunidades que vivem no entorno da mina. Contudo, o setor nuclear insiste que há um limite para a exposição à radiação, incapaz de afetar a saúde humana, minimizando os riscos da URA. Mas especialistas no ramo consideram que qualquer dose de radiação, por menor que seja, produz efeito colateral no ser humano. O relatório de 2005, da Academia Nacional de Ciências, sobre os Riscos a Saúde por Exposição a Baixas Doses de Radiação Ionizante, afirma que não existe limite seguro para radiação. Segundo a ciência médica, todos os níveis de radiação causam câncer, mesmo a exposição a doses muito baixas, como o setor nuclear classifica a radiação em Caetité, onde a saúde da população não recebe a atenção devida pelo poder público, enquanto as comunidades são obrigadas a deixar seus afazeres para ir à luta a fim de tentar assegurar seu direito à saúde, à informação, à justiça ambiental, à vida!

(Envolverde/IHU On-Line)



Disponível em: <http://www.envolverde.com.br/materia.php?cod=82939>, acesso em 22/11/2010.
Agradecimentos: Alba Vívian Amaral Figueiredo por ter indicado a reportagem.

domingo, 14 de novembro de 2010

SABÃO ECOLÓGICO

Segundo o professor do Centro de Estudos Integrados sobre Meio Ambiente e Mudanças Climáticas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Alexandre D’Avignon, “a decomposição do óleo de cozinha emite metano na atmosfera, um dos principais gases causadores do efeito estufa, que contribui para o aquecimento da terra. O óleo de cozinha que vai para o ralo da pia chega ao oceano pelas redes de esgoto. Em contato com água do mar, esse resíduo líquido passa por reações químicas que resultam em emissão de metano.”
Minha filha fez a experiência, filtrando o óleo de cozinha usado e misturando-o, aquecido, à soda cáustica, aromatizante e água. A soda é tóxica, e foi preciso usar luvas para evitar queimaduras na pele e tomar cuidado com as vias respiratórias. Depois de pronto, o sabão ficou assim, em potes. Mas, se preferir, pode ser feito em um tabuleiro para ser cortado em barras.
Ele é um sabão biodegradável, que se decompõe por bactérias depois de usado. É ecológico porque evita que o óleo chegue aos rios e cause degradação da água e impermeabilização do solo.

A receitinha:
  1. Peneire o óleo para retirar os resíduos e impurezas;
  2. Aqueça o óleo sem deixar ferver;
  3. Use luvas e adicione soda cáustica (350ml para cada litro de óleo);
  4. Para dar perfume ao sabão, adicione 1ml de aromatizante ou amaciante.
  5. Mexa lentamente durante 20minutos;
  6. Deixe descansar por um dia se for cortar em barras;
  7. Após uma semana o sabão está pronto para ser usado.

BIBLIOGRAFIA: http://www.ecoblogs.com.br/meio-ambiente/sabao-ecologico/
AGRADECIMENTOS: JÚLIO BASTOS POR TER INDICADO A REPORTAGEM

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Estudo revela risco de extinção enfrentado por diversas espécies animais

As principais causas apontadas foram as agressões ao meio ambiente ao redor do planeta. Aproximadamente 20% de todas as espécies estão ameaçadas. 

 
Um estudo divulgado nesta terça-feira à noite pela revista Science, uma das mais respeitadas do mundo, revelou o risco de extinção enfrentado por diversas espécies animais. As agressões ao meio ambiente, ao redor do planeta, foram apontadas como a principal causa.
Do urso ao sapo. Do tubarão à arara. Vinte e cinco mil espécies de mamíferos, aves, anfíbios, répteis e peixes, que estão na lista de animais ameaçados de extinção, foram analisadas por 174 cientistas do mundo todo.
Pela primeira vez os animais foram vistos numa escala global. E a descoberta foi desagradável.
De acordo com a pesquisa 20% de todas as espécies de vertebrados estão ameaçadas: 41% de todos os anfíbios; 33% dos peixes cartilaginosos, como os tubarões; 25% de todos os mamíferos; 22% dos répteis; 15% dos peixes ósseos, como o bacalhau e o atum e 13% das aves estão em risco de desaparecerem.
O estudo mostra que esses números são crescentes. Em média, 52 tipos de aves, mamíferos e anfíbios ficam mais perto da extinção a cada ano.
E, para os pesquisadores, tudo isso poderia ser 20% pior. Só não foi por causa do esforço mundial de preservação, afirmam os cientistas. Mas um esforço, segundo eles, insuficiente para reverter os danos causados pelo manuseio da terra, pelas mudanças do clima e pelo aquecimento dos oceanos.
E os pesquisadores destacam que as espécies estão desaparecendo num ritmo mais alarmante em regiões tropicais: a pior situação, de acordo com o estudo, é no sudeste asiático, onde a expansão agrícola, a extração de madeira e a caça são intensas. No continente africano, grupos inteiros de mamíferos podem deixar de existir com a destruição de florestas.
A Amazônia, claro, também aparece na pesquisa. Os cientistas alertam que a combinação de desmatamento florestal e alterações climáticas leva à seca na região e isso pode acabar com a vegetação e com os alimentos dos animais.
 
 
Por Italo Figueiredo

domingo, 24 de outubro de 2010

PORTAL DA TRANSPARÊNCIA DO GOVERNO FEDERAL


É interessante que o macaubense exerça seu papel de fiscalização. E quem melhor fiscalizaria o estado se não o próprio cidadão? Então segue uma dica do blog Macaubeira para todos os assíduos freqüentadores desse meio de comunicação.
“O Portal da Transparência do Governo Federal é uma iniciativa da Controladoria-Geral da União (CGU), lançada em novembro de 2004, para assegurar a boa e correta aplicação dos recursos públicos. O objetivo é aumentar a transparência da gestão pública, permitindo que o cidadão acompanhe como o dinheiro público está sendo utilizado e ajude a fiscalizar.
O Governo brasileiro acredita que a transparência é o melhor antídoto contra corrupção, dado que ela é mais um mecanismo indutor de que os gestores públicos ajam com responsabilidade e permite que a sociedade, com informações, colabore com o controle das ações de seus governantes, no intuito de checar se os recursos públicos estão sendo usados como deveriam.” 




Total destinado ao município Macaúbas no ano de 2010: R$ 30.375.258,41.
Então vai a dica do Macaubeira:
·        Em Informações Mensais clique no ano de exercício desejado e escolha a opção estado/município.
·        Escolha o estado e município.



Edição do texto: Diego Menezes.
Dados: Portal da Transparência, disponível em: http://www.portaldatransparencia.gov.br/ , acesso em 24/10/2010

ERRATA

No artigo "CURIOSIDADES DA TERRA" por Diego Menezes onde se lê: terra, deverá ser substituído por Terra.

Agradecimentos: Tairo Ricardo por ter indicado o erro.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

AGENDA MACAUBEIRA PARA O FINAL DE SEMANA EM SALVADOR

 22/10/2010  

Esclarecimento: Banda MUCAMBO




Nessa sexta-feira, dia 22 de outubro, a banda Mucambo tocaria no evento Calourada da UNEB, dependendo somente da liberação da passagem pela faculdade.Resultando não sendo disponibilizada o recurso, inviabilizando assim a viagem da banda de Macaúbas-Ba para Salvador-Ba.
Episódio esse denominado como; "falhas contratuais..(risos)" na fala de Maurício (Mamá).
Esperamos novas oportunidades para podermos prestigiar a musicalidade e energia da banda, que fez muitos conterrêneos e apreciadores terem a ínfima alegria de vislumbrar a sua apresentação na calourada.



Por Cleber Sant´Ana. 
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 23/10/2010 
ENCONTRO DOS MALABARES NO RIO VERMELHO




No próximo sábado, dia 23 de outubro acontece o  Encontro de Malabares, Arte e Cultura, na Praça Pau Brasil, ao lado do Colégio Manoel Devoto, no Rio Vermelho. Promovido pela trupe Malabares Mágicos, o evento comemora a chegada da primavera e é direcionado às famílias e pessoas interessadas nas artes circenses, com oficinas de malabares, pinturas faciais e em telas, palhaços, feirinha de artes, espetáculos e shows ao vivo.

Com programação em todas as segundas semanas de cada mês, o encontro tem como objetivo preparar o público para a 2ª Convenção Baiana de Malabarismo, Circo e Arte de Rua, que acontecerá em janeiro do próximo ano. Em 2010, o projeto traz uma novidade, que é o Palco Aberto, onde os espectadores podem interagir, apresentando algum número ou habilidade que possua.


Praça Pau Brasil, Rio Vermelho.
Preço: Entrada Franca
Data: 23/10/2010.


Por Diego Menezes.  
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24/10/2010 

REGGAE NO PARQUE DE PITUAÇU.




 


DATA: DOMINGO - 24.10.2010 CIDADE SALVADOR - BA
LOCAL: ESCOLOGIA (NO PARQUE DE PITUAÇU)
EVENTO REGGAE NO PARQUE COM BANDAS PARTO NATURAL, NOVA ALIANÇA E  TALLOWAH.

PROMOÇÃO NA ENTRADA:

- CHEGANDO ATÉ 13:00, 1KG DE ALIMENTO; 
- CHEGANDO APÓS 13:00, R$ 5,00; 

MAIORES INFORMAÇÕES: (71) 8212-3335

ACESSEM:
WWW.MYSPACE.COM/BANDALIANCA

DISPONÍVEL EM :
http://www.agendareggae.com.br/b_shows.php?id_banda=490&estado=BA








quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Macaúbas é uma cidade inclusa na construção de um parque eólico na Bahia



O grupo industrial francês Alstom com a sua participada Ecotecnia e a empresa brasileira de energias renováveis Desenvix, filial de Engevix, anunciaram a assinatura de um contrato de 100 milhões de euros (R$ 223,71 milhões) para construir um parque eólico na Bahia (nordeste), que vai gerar 90 MW.
O início dos trabalhos está previsto para Julho de 2011. Está é a primeira incursão da Alstom no mercado eólico brasileiro.
Chamado de Brotas de Macaúbas e com três ramificações (Macaúbas, Novo Horizonte e Seabra), o complexo vai ter no total 57 aerogeradores.
O complexo de Brotas destaca o compromisso do governo para desenvolver o mercado nacional de energia eólica e reforça a posição da Alstom no sector das energias renováveis.
Sob os termos e condições deste contrato, a Alstom fornecerá 57 aerogeradores ECO 86, de 1,67 MW cada, para os quais os principais componentes serão fabricados na Espanha e no Brasil e montados em três parques eólicos, a fase de comissionamento do Parque Eólico com terá  início em de 2011.
Agradecimentos : Liliane Sant’ana por ter indicado o informe.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

FACOM DEBATE BIODVERSIDADE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

CIENTISTAS, MOVIMENTOS SOCIAIS, JORNALISTAS E ESTUDANTES APROFUNDAM OLHAR SOBRE BIODIVERSIDADE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

No atual cenário de manifestações públicas massivas sobre a necessidade de mudança da pauta política ambiental brasileira, a coordenação do curso de Jornalismo Cientifico e Tecnológico da Facom - Faculdade de Comunicação da UFBA, contribui com o debate nacional, reunindo pesquisadores, movimentos sociais, jornalistas da mídia especializada e órgãos de pesquisa, no Seminário “Desenvolvimento Sustentável e Biodiversidade - Ciência, Tecnologia e Mídia”.

O seminário, patrocinado pela Fapesb, acontece entre os dias 21 e 22 de outubro, das 19 às 22 horas, no auditório da Faculdade de Comunicação, em Ondina, com programação rica, diversa e provocativa. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo email jorncientec@...   informando apenas o nome, RG, profissão e instituição. No local do evento também poderão ser feitas as inscrições entre18 às 19 horas, com direito a certificado de participação. O evento tem como parceiros a Fiocruz-Ba, a FTC-Salvador, a Pós Graduação em Cultura e Sociedade da UFBA, o Instituto de Saúde Coletiva da UFBA, a Associação Brasileira de Jornalismo Cientifico e a Faculdade de Comunicação da UFBA.
  

O evento pretende aprofundar, de forma crítica, transversal, detalhada, através da participação de especialistas renomados e experientes no tratamento e observação cotidianos, o que realmente é o Desenvolvimento Sustentável, tão difundido, marketeado, mas pouco entendido. Contribuem para o enriquecimento dos trabalhos nomes como a doutora em saúde pública, Cilene Victor, presidente da Associação Brasileira de Jornalismo Científico e diretora de redação da revista Comciência Ambiental; a jornalista Vanja Joice Bispo Santos, do Museu Paraense Emílio
Goeldi; a  jornalista Maiza Andrade, editora de Meio  Ambiente do Jornal  do A Tarde;
o pesquisador Philip Martin Fearnside, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA); a professora e pesquisadora Maria Rejane Lira do Instituto de Biologia da UFBA o engenheiro florestal, Luís Zarref Henrique Gomes Moura, representante de Movimentos Sociais.

Além dos debates haverá uma oficina e uma exposição fotojornalística sobre temas ambientais realizada pelo Movimentos AMA –Amigos do Meio Ambiente  e da RAMA- Rede de Articulação e Mobilização em Comunicação Ambiental.


A coordenadora do curso de Jornalismo Cientifico e Tecnológico da FACOM,  professora Simone Bortoliero, considera o evento uma rara oportunidade para se discutir o valor da informação científica e o papel do jornalista frente à necessidade de democratização e divulgação da informação como instrumento de poder político para as mudanças em pauta.
O evento foi concebido para favorecer a formação dos divulgadores científicos que se interessam por questões ambientais na Bahia e faz parte da programação oficial da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia que irá se realizar em todo o país entre os dias 18 a 22 de outubro.



 Programação



Dia 21 de outubro

Palestras:
1)     Biodiversidade e Mídia Especializada”
Cilene Victor, Presidente da Associação Brasileira de Jornalismo Cientifico e Diretora de Redação da Revista Comciência Ambiental. Doutora em Saúde Pública pela Universidade de São Paulo e Mestre em Comunicação Cientifica pela UMESP-SP. A jornalista Cilene Victor tem sua atuação como pesquisadora no campo do Jornalismo Especializado (Jornalismo Científico e Ambiental), Divulgação Científica e Comunicação de Riscos Ambientais e Tecnológicos.

2)     “Divulgação Científica em Instituições de Pesquisa – as pautas sobre biodiversidade na mídia brasileira”
Vanja Joice Bispo Santos, jornalista do Museu Paraense Emílio
Goeldi que é uma instituição de pesquisa vinculada ao Ministério da Ciência
 e Tecnologia do Brasil. Desde sua fundação, em 1866, suas atividades concentram-se no estudo científico dos sistemas naturais e socioculturais da Amazônia, bem como na divulgação de conhecimentos e acervos relacionados à região.
3)     A Contaminação por Chumbo na cidade de Santo Amaro-Bahia
Maiza Andrade, jornalista do A Tarde



Dia 22 de outubro

Palestras

1)“Aquecimento Global, Biodiversidade e Mídia”
Philip Martin Fearnside do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA). Seu trabalho está centrado nos problemas ambientais da Amazônia brasileira desde 1974. Realiza pesquisas ecológicas e estudos sobre os impactos e a perspectiva de diferentes modos de desenvolvimento na Amazônia, além das mudanças ambientais decorrentes do desmatamento da região. Segundo o Instituto de Informações Científicas (Thomson-ISI) o pesquisador é o segundo mais citado cientista no mundo na área de aquecimento global.


2)“Resgate e introdução de fauna silvestre: conceito, metodologias e problemas práticos”
Rejane Maria Lira da Silva , professora do Instituto de Biologia da UFBA,
Especialista em Venenos Animais pelo Instituto Butantan de São Paulo (1991), Mestrado em Saúde Pública pela Universidade Federal da Bahia (1996) e Doutorado em Ciências Médicas pela Universidade Estadual de Campinas (2001).  Suas linhas de pesquisa se concentram em: répteis, aracnídeos, toxinologia, saúde ambiental, museus, história e ensino de ciências, educação científica e educação ambiental.

3) "A luta popular e a questão ambiental sob a análise da mídia".
 Luís Zarref Henrique Gomes Moura, Engenheiro Florestal, Especialista em Agroecologia, militante do MST e da Via Campesina. Participante das últimas duas Conferências da Diversidade Biológica da ONU e da Conferência de Copenhagen sobre Mudanças Climáticas.


Atividades 
1 - Exposição foto-jornalística “BIODIVERSIDADE EM FOCO - OLHAR TRANSVERSAL”
Realização: Movimento AMA - Amigos do Meio Ambiente
Data: 21 e 22 de outubro de 2010 ( o dia todo)
Local: FACOM- UFBA
Campus de Ondina, UFBA


2 - OFICINA JORNALISMO AMBIENTAL 
- Jornalista  Liliana Peixinho  - Ativista Socioambiental
   Fundadora da RAMA- Rede de Articulação, Mobilização e Comunicação
   Ambiental .e do Movimento AMA- Amigos do Meio Ambiente
    Contato – 71 – 9938- 0159 – 8759-5927 ( lilianapeixinho@...)
Data: 22 de outubro de 2010
Horário: 14 às 17 horas
Local: Auditório da FACOM
Campus de Ondina , UFBA



Agradecimentos: Alba Figueiredo por ter indicado o evento.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

CURIOSIDADES DA TERRA.




Por Diego Menezes,






ORIGEM DO SISTEMA PLANETÁRIO.


HIPÓTESE DA NEBULOSA.

Bom pessoal, é complicado afirmar como nosso planeta foi formado. Esse é o grande dilema do estudo da terra. Em geociências trabalhamos sempre com : “pode ser que”, “talvez”, “é possível”, “há indícios” e muitos outros desses termos.
Quando o assunto é o planeta Terra a abordagem do assunto não é diferente da citada acima. E no estudo na Terra vale primeiro perguntar: como se formou nosso planeta? Para responder essa pergunta iremos seguir a linha da hipótese da nebulosa sugerida pelo filósofo alemão Immanuel Kant em 1755 e estudada ao longo dos anos por grandes cientistas.
Etapa 1 – Uma nebulosa difusa composta, principalmente por hidrogênio e hélio, grosseiramente esférica e em lenta rotação contraiu-se devido a gravidade e essa contração acelerou ainda mais a rotação.




 Figura 1.
 
Etapa 2 – A rotação continuou seu movimento com forma de um disco achatado girando rapidamente. Forma-se então uma matéria concentrada no centro do disco que transformará em proto-sol. A temperatura dentro do proto-sol começa a elevar, gerando assim uma fusão nuclear. Nesse processo parte da massa é transformada em energia, como mostra a famosa equação de Einstein E=mc², sendo E energia, m a massa e c a velocidade da luz.
  

Figura 2.
Etapa 3- O disco envolvido por gás e poeira forma grãos que colidem e se agregam em pequenos blocos ou planetesimais. No interior do disco onde era de temperatura elevada, formou-se o sol. Nas partes mais externas do disco da nebulosa começou a se esfriar e muitos gases condensaram. A atração da gravidade causou agregação de poeira e material condensado por meio de colisões “pegajosas” formando corpos – planetas.

Figura 3.
Figura 4.



De forma resumida essa é a hipótese científica da nebulosa. Estou aqui nesse blog apenas mostrando uma hipótese da origem do nosso planeta. Não venho aqui colocar em dúvida outras hipóteses e crenças.
Então é isso, até a próxima “Curiosidades da Terra”.




DIEGO MENEZES NOVAIS
GRADUANDO EM GEOFÍSICA - UFBA


BIBLIOGRAFIA : Press, Siever, Grotzinger e Jordan. PARA ENTENDER A TERRA. Editora Bookman, 4ª edição, 2006.
OBS: As figuras desse artigo foram retiradas do livro PARA ENTENDER A TERRA.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

ESSE É INDICADO

http://terradasmacaubas.blogspot.com

O fundo da folia


Dez dias após o carnaval, resolvi mergulhar com dois amigos na área do Farol da Barra para confirmar a notícia de que havia uma quantidade absurda de lixo espalhada pelo fundo do mar naquela área..

 
Mesmo com a água um pouco suja por causa das chuvas do dia anterior, logo identificamos o local. Na verdade o lixo não estava espalhado, mas concentrado em um canal provavelmente em razão do movimento das marés. Uma cena lamentável! Eram pelo menos mil e quinhentas latinhas metálicas e garrafas plásticas.

 
Da superfície o visual parecia com as imagens áreas que vemos dos blocos de carnaval durante a festa momesca. Só que ao invés de estarem pulando, dançando e se beijando ao som frenético e ensurdecedor dos trios elétricos, os foliões do fundo do mar estavam rolando de um lado para o outro numa mórbida coreografia, empurrados silenciosamente pelo balanço do mar, sem dança, sem alegria, sem vida e sem poesia.


Assustados, decidimos não retirar o material naquele dia na esperança de tentar sensibilizar algum veículo de comunicação para fazer uma matéria com imagens subaquáticas. A intenção era compartilhar aquela agressão carnavalesca com nossa população e os donos da folia.


Fizemos contato com pelo menos três emissoras e todas pediram que enviássemos e-mails com fotos, o que fizemos imediatamente. Aguardamos respostas por dois dias e como não tivemos qualquer retorno, optamos por retirar o lixão de lá para evitar maiores danos.


A bem da verdade estávamos super desconfortáveis com nossas consciências por termos testemunhado aquela cena e deixado para resolver o problema dias após. Mas tínhamos que tentar a matéria para que a ação não se resumisse somente à coleta do material.


Tínhamos em mente que a repercussão sensibilizaria os empresários e artistas do carnaval, os órgão públicos, a imprensa, as empresas financiadoras e nossa gente. A tentativa foi boa, mas não rolou…


Fomos então, no terceiro dia após o primeiro mergulho, retirar o material. Antes, porém, fiz questão de chamar um amigo que tem uma caixa estanque para filmarmos a ação e guardarmos o documentário visando trabalhos futuros e até mesmo a matéria que queríamos na TV.



Sem cilindro de ar e contando apenas com duas pranchas de SUP (Stand Up Paddle) e alguns sacos grandes, éramos quatro mergulhadores ousados retirando do fundo do mar tudo o que podíamos naquela tarde.



Pouco antes de o sol se pôr conseguimos finalmente colocar todo o lixo na calçada.Muitos curiosos, inclusive turistas, olhavam intrigados a nossa atitude e a todo o instante nos questionavam sobre a origem daquele resíduo. A resposta estava na ponta da língua: Carnaval!



Vou logo informando aos amigos leitores que não sou contra o carnaval, muito pelo contrário, sou fã por diversos motivos, mas acho que a realidade da festa não guarda a menor relação com as belíssimas cenas, as informações rasgadas de elogios e a excessiva euforia amplamente divulgada pela mídia.
Sei que o comprometimento com os patrocinadores e aquela velha guerrinha de vaidades contra os carnavais de outros estados como Pernambuco e Rio de Janeiro, acabam conspirando para isso. Mas vejo aí um modelo cansado, super dimensionado, sem inovações socialmente positivas e remando na direção oposta ao desenvolvimento sustentável da nossa cidade.
Aquele lixo submarino é um pequeno sinal deste retrocesso. Pior, patrocinado solidariamente pelos grandes empresários, artistas e principalmente pelo poder público que tem o dever de melhorar nossa segurança, nossa saúde e educação.



Aproveito o embalo para incluir indignação semelhante sobre os eventos realizados na praia do Porto da Barra durante o verão.
O “Música no Porto” e o “Espicha Verão” não tem trazido nada de bom para nossa cidade, além da oportunidade de vermos ótimos artistas de perto e de graça. De resto, o lixo, o mau cheiro, a degradação ambiental, o xixi pelas ruas, a impressionante quantidade de ambulantes amontoados por todos os espaços públicos e a agressão aos patrimônios históricos, são um grande “pé na bunda” do turista de qualidade.



É o mesmo que olhar para uma bela maçã com a casca brilhante e aspecto suculento, porém, apodrecida por dentro…
Naquele final de tarde acabamos contemplando um por do sol diferente. O monte de lixo empilhado na calçada do Farol da Barra virou atração. E como Deus é grande, fomos brindados com a presença de valorosos catadores de rua para finalizar a limpeza.


          
            Desta ação, além das ótimas imagens documentadas em vídeo, resta rezar para que os donos do carnaval, dos eventos no Porto da Barra e nossos queridos foliões se toquem que algo tem que mudar.


 
O fundo do mar não merece aquele bloco reluzente e, ao contrário do asfalto, o oceano costuma revidar violentamente as agressões sofridas.



Não tem alegria alguma no fundo da folia.




Fotos: Francisco Pedro / Projeto Lixo Marinho - Global Garbage Brasil

Fotos do Espicha Verão : Manuela Cavadas e Luciano da Matta / Agência A Tarde



Fonte : www.teclim.ufba.br

Agradecimentos: Pedro Yamaguchi por ter indicado a reportagem.